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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

VOTAR, POR RAQUEL DE QUEIROZ


VOTAR


Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama govêrno democrático, ou govêrno do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato.

No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: govêrno do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVÊRNO.

Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.

Escolhem-se pelo voto aquêles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.

Escolhemos igualmente pelo voto aquêles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aquêles que irão estipular a quantidade dêsses impostos. Vejam como é grave a escolha dêsses "cobradores". Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gôta de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bôlso.

E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aquêles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aquêles que vão "fabricar" o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos.

Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Êles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.

Não preciso explicar muito êste capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.

Escolhem-se nas eleições aquêles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático. E, circunstância mais grave e digna de todo o interêsse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de tôdas as fôrças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.

E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fêz um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a êsses sujeitos um simples emprêgo bem remunerado.

Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para êles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fôssem.

Entregamos a êsses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a êles prêsa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.

Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva.

Porque, afinal, a mulher quando é ruim, dá-se uma surra, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o govêrno, quando é ruim, êle é que nos dá a surra, êle é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da bôca dos nossos filhos e nos faz aprodecer na cadeia. E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.

E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto. Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar êste ou aquêle candidato, não se preocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.

Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem mêdo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha. Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem mêdo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE. Falte com a palavra dada à fôrça, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno".

Raquel de Queiroz, "Votar" - para O Cruzeiro, janeiro de 1947.

Fonte: http://sinaisdahistoria.blogspot.com.br/2010/10/arte-de-votar.html

PRESIDENTE DA PREVI ASSUME A VALE


27/09/2012 - 16h02

Dan Conrado, da Previ, assume presidência do Conselho da Vale


DO RIO

Em uma decisão já prevista, a Vale informou nesta quinta-feira a troca do presidente do Conselho de Administração da Companhia. Sai o ex-presidente da Previ Ricardo Flores e entra o atual presidente do fundo de pensão do Banco do Brasil e maior entidade do setor, Dan Conrado.

A substituição já era esperada, pois tradicionalmente o presidente da Previ, maior acionista da Vale, é indicado para presidir o Conselho de Administração da mineradora --que conta também como sócios relevantes BNDES, Bradesco e a trandig japonesa Mitsui.

Em nota, a Vale ressaltou que, "tendo em vista a assunção de novas funções como diretor-presidente da Brasilprev Seguros e Previdência [subsidiária do Banco do Brasil], Flores anunciou que fará o rito de passagem desta presidência a Dan Conrado."

O executivo anunciou sua saída nesta quinta-feira, durante reunião do Conselho de Administração. Segundo a Vale, Flores, que ocupou a presidência do Conselho desde novembro de 2010, "deu importante contribuição à Vale, trabalhando em sintonia com todos os acionistas e executivos da empresa, inclusive reforçando a cultura de meritocracia na companhia."

A indicação de Dan Conrado será levada à aprovação do Conselho de Administração da Vale, em reunião a ser realizada em outubro.

Bacharel em direito, Conrado exerceu diversas funções no Banco do Brasil, como as de vice-presidente de Varejo, Distribuição e Operações, diretor de Distribuição São Paulo e diretor de Marketing e Comunicação.

Flores deixou a presidência da Previ neste ano, após uma intensa disputa de poder com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. A briga resultou no afastamento de Flores, decidido pelo Planalto em maio.

Na ocasião, o conselho diretor do BB também havia pedido a saída de Flores por "grave infração de natureza ética e quebra de confiança". Segundo reportagem publicada pelaFolha, Flores usou dinheiro vivo para pagar parcela de um imóvel em Brasília. O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público, mas foi arquivado em uma investigação interna na Previ antes de sua renúncia ser sacramentada. (PEDRO SOARES)

Fonte: www.folha.com.br
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A GERÊNCIA MÉDIA DO BB


A gerência média do Banco do Brasil e a rã na chaleira

Wagner Nascimento*
Diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região

Uma metáfora bem conhecida nos meios acadêmicos é a da rã na chaleira. Se tentarmos colocar uma rã numa chaleira de água fervente, esta certamente saltará ou tentará com todas as suas forças pular para sobreviver. Quando, porém, colocamos uma rã numa chaleira de água fria e levamos ao fogo, ela se acomodará com o aquecimento da água aos poucos e, quando se atentar, já estará quase cozida, comprometendo sua sobrevivência.

A gerência média do Banco do Brasil não pode ter um comportamento semelhante ao de uma rã na chaleira. A inércia quanto às metas abusivas, à pressão e ao assédio moral tem levado a gerência média do BB a uma percepção tardia de que o corpo já está cozido, debilitado e doente; e, mesmo assim, acham que as coisas são assim mesmo e não adianta fazer nada.

A Campanha Nacional dos Bancários é um momento importante para discutir temas como metas absurdas e assédio, além, é claro, de falar sobre aumento salarial. Agora também são estabelecidas mesas de negociação com intuito de discutir e encontrar as soluções para os problemas detectados durante o ano.

Vêm para a pauta de negociações diversas reivindicações de interesse da gerência média como a equiparação salarial com trabalhadores de outros bancos - que pagam melhor seus funcionários de mesmo cargo; a igualdade de salários entre os gerentes de atendimento, de serviço e de relacionamento nas Unidades de Negócio; igualdade entre os gerentes de grupo e de setor nas Unidades Estratégicas e Unidades de Apoio.

A gerência média quer uma PLR maior sem vinculação com metas individualizadas e um verdadeiro “acordo” de trabalho que tenha regras estabelecidas de forma clara.
Esses gerentes também não querem correr o risco ser descomissionados em apenas um semestre, como propõe a direção do banco.

Nenhum deles sabe como são criadas as metas, nem o porquê das constantes e“estimulantes” mudanças no Programa Sinergia - Sistema de Acompanhamento de Metas do Banco do Brasil, de forma que este não seja entendido nem pela gerência média, nem pelos gerentes gerais das agências.

Nem mesmo as Gerências Regionais não sabem de forma mínima explicar o porquê de uma carteira de clientes estar em 1º lugar em um dia e no dia seguinte ser a última colocada. Como explicar também uma carteira ter saldo positivo de 70 mil na segunda-feira à tarde e, na terça-feira pela manhã está devendo 1 milhão? É normal uma meta de um semestre para determinado produto ser estabelecida em 300 mil e no meio do período se transformar em 1,5 milhão?
Estas são algumas das reclamações colhidas nas conversas, reuniões, cafezinhos e bate-papos, desabafos diários de colegas angustiados. Mas como fazer da reclamação uma indignação?
A greve, frustradas as negociações, é o melhor momento para mostrar a sua importância para a empresa e expor toda essa indignação e, ainda, junto com os outros colegas, lutar por salários melhores e condições de trabalho mais favoráveis. Contudo, a síndrome da rã na chaleira levou muitos profissionais da gerência média do BB a se transformarem rapidamente de indignados em resignados.
Na busca da motivação pela qual uma rã na chaleira não faz greve, ouve-se dizer que é porque:
  • ela fechou os olhos para o assédio moral. Se a meta for abusiva demais, uma "espuminha" (vendas casadas e “incremento” de produtos em contas inativas) resolve já que a fraude nos produtos é norma da casa e a "turma de cima" faz vista grossa;
  • o adoecimento por depressão tem promessa de cura com os diversos remédios de uso controlado à disposição nas farmácias e drogarias de cada esquina;
  • muitos foram comissionados de uma forma pouco objetiva e acham que deve ao seu superior uma relação servil, quebrada pelo simples rodízio de gestores, onde uma nova relação deverá ser estabelecida, com grande possibilidade de se transformar numa tormenta de ameaças de descomissionamento.
Não se pode ter o comportamento de rã na chaleira e se esconder da luta, usando o período de greve para fazer seu telemarketing e cumprir suas metas "sossegadamente" sem a "chatice do atendimento" ao cliente na agência, exatamente como o banco gosta e prega nas reuniões. Já que a ética é coisa dos livros, vamos então "fraudar a greve", onde nós fingimos que fazemos greve e o banco finge que nos valoriza.

Mas o sentimento de rã na chaleira não é de toda a gerência média. Decerto há muitos que, ao invés de resignação, têm demonstrado profunda indignação com as condições de trabalho e adoecimento precoce e com a forma como a empresa tem conduzido seus negócios. Estes estão de parabéns pela postura firme, serena e corajosa. Postura essa que ganhou as ruas e dá seu recado claro.

Este texto é um convite à reflexão sobre a nossa responsabilidade como trabalhadores e como pessoas. Dá tempo de pular da chaleira e saltar para as ruas enquanto a água não ferve e nos mata! Então, você vai ficar aí parado?

Saia do inverno da resignação! Salte, que a primavera chegou!

*Wagner Nascimento é funcionário do Banco do Brasil e já presenciou colegas tomando remédio tarja-preta e viu amigos adoecendo de depressão dentro do banco

IGNORÂNCIA CÍVICA



Tudo na vida gira em torno da política. É o valor do seu salário, da prestação da casa própria, da mensalidade escolar, o preço do arroz, da carne, da luz, do telefone, etc.
Enfim, toda a nossa vida está relacionada com as decisões político/administrativas dos nossos governantes.

Assim podemos afirmar que o eleitor é o responsável pela precária situação por que atravessa o país, pois foi ele quem elegeu os políticos que nos dirigem.

A culpa, em si, não é da pessoa do eleitor, mas de sua ignorância política e educacional.
O eleitor esclarecido e participativo sabe que os tubarões do dinheiro gastam milhões de reais para elegerem seus representantes no Congresso e esses congressistas irão defender os interesses de quem os patrocinou (banqueiros, usineiros, industriais, exportadores, multinacionais, latifundiários, empreiteiras, agências de propagandas) e nunca os interesses do povo.

Outro erro crasso que grande parte do eleitorado faz é votar em branco ou nulo. É burrice da grande, pois isso só favorece os políticos demagogos, corruptos e ricos, pois estes pertencem a grandes grupos econômicos, que se elegerão da mesma forma, com ou sem o seu voto. Acho quase impossível o VOTO NULO ultrapassar os 51%  numa eleição, para que se pudesse fazer outra eleição sem os participantes anteriores.
Escolha o menos ruim.

Omitir-se é falta de personalidade, de firmeza de caráter, de vontade de mudar as coisas.

Se você não participa, não tem o direito de reclamar nada e fica sendo culpado pela má escolha desses políticos corruptos e ladrões.
O candidato tem que ter no mínimo estas três qualidades (juntas): patriotismo, honestidade, capacidade, aliadas à ética política.

BERTOLD BRECHT já dizia há muitos anos:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos   acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem de decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que de sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado , o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

ANTÔNIO H. COSTA.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PLANO DE SAÚDE TERÁ QUE JUSTIFICAR NEGATIVA


Plano de saúde terá de justificar negativa

Agência Estado
São Paulo - Nova norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) propõe que, quando uma operadora de saúde se negar a autorizar um procedimento médico, ela terá prazo de até 48 horas para justificar a decisão detalhadamente, apontando a cláusula contratual em que se baseia a negativa. Se o cliente pedir, a justificativa deve vir também por escrito, via e-mail ou correio. O descumprimento da regra pode custar uma multa de R$ 30 mil para a operadora.

Essa proposta entra em consulta pública na próxima quinta-feira (27): durante 30 dias, qualquer pessoa poderá acessar o site da ANS e apresentar críticas ou sugestões de mudança relativas ao tema. Ao final do prazo, a equipe técnica avaliará os comentários e redigirá o texto final da resolução.

Atualmente, quando um procedimento é negado, essa justificativa vem geralmente por telefone, quando o paciente liga para o call center do plano para saber se o pedido foi acatado ou não. Para o advogado Julius Conforti, especializado em saúde, a obrigatoriedade da resposta por escrito deve facilitar para o paciente contestar a decisão. “O consumidor é leigo, não tem a obrigação de ter conhecimento técnico. Quando precisa retratar o porquê da negativa para o advogado, para o Procon ou até para a ANS, ele tem dificuldade de explicar”, diz Conforti.

Fiscalização

Para a diretora adjunta de produtos da ANS, Carla Soares, a novidade facilitará a fiscalização das operadoras por parte do órgão regulador. “Essa resolução é muito importante, porque amplia o acesso à informação para os beneficiários do plano. Isso traz uma segurança maior para o setor, para os prestadores e para as operadoras.”
“Cientes do motivo da negação de seu procedimento, os beneficiários podem então tomar as providências: questionar ou acatar. Em algumas situações, é legítimo que se negue o procedimento”, completa a diretora.

Conforti acrescenta que a resolução inova também por pedir que a justificativa seja dada “detalhadamente, em linguagem clara e adequada”. Para o advogado, porém, será difícil fiscalizar se esse quesito é cumprido, no caso das justificativas verbais. “O conceito de ‘linguagem clara’ é bastante subjetivo.” O advogado observa que, na versão atual do texto, pode-se inferir que o prazo de 48 horas só se aplica à justificativa verbal e não à escrita. “É importante que as coisas estejam bem claras. Se deixar em aberto, a operadora vai interpretar da forma mais conveniente para ela”, alerta.

A resolução também define que, em casos de urgência ou de emergência, a justificativa deverá ser fornecida imediatamente. Quem pode declarar se determinado caso se enquadra nessa situação é o médico conveniado do plano de saúde.
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que reúne as empresas do setor, afirmou, em nota, que vai colher sugestões e críticas das operadoras de saúde associadas para contribuir com a consulta pública da ANS. “Somente depois de divulgada a Resolução Normativa com as várias propostas da sociedade é que a Abramge terá um posicionamento.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

FUNDO DE PENSÃO PODE "ENRIQUECER" PATROCINADOR


Agência Senado


O representante da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil, Ruy Brito, disse nesta quinta-feira (30) no Senado que a legislação previdenciária dá o direito ao patrocinador de participar das reservas apuradas pelos fundos de pensão, na proporção de suas arrecadações. Em sua opinião, a medida promove o “enriquecimento ilícito do patrocinador”.

Os fundos são opções de investimento para proporcionar uma aposentadoria complementar, como forma de aumentar os recursos recebidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Atualmente há cerca de 256 entidades fechadas com a opção de 1.030 planos, a maioria patrocinados por empresas privadas.

Brito participou de audiência sobre entidades de previdência privada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). De acordo com o dirigente, há lacunas na resolução do Conselho de Gestão de Previdência Complementar que dispõe sobre as condições e procedimentos das entidades fechadas de previdência complementar (CGPC nº 26).

Por outro lado, a legislação da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar) não oferece segurança jurídica aos pensionistas.

De acordo com a presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundo de Pensão, Claudia Ricaldoni, a previdência complementar surgiu para fomentar a poupança previdenciária. O conceito, no entanto, observou, deturpou-se e transformou-se um “ataque ao conceito previdenciário”. Conforme informou, o sistema padece de instabilidade institucional, perdeu o seu objetivo inicial de assegurar a vida do pensionista e passou a ter uma visão unicamente financeira.

- Não tem um fundo que não tenha sido mexido em seu contrato original. Eu compro um plano hoje e não sei o que vou receber no futuro – afirmou Claudia Ricaldoni.
Ela criticou as Leis Complementares nº 108 e 109 de 2001, e também a Resolução CGVC 26. Conforme disse, a legislação possibilita que o patrocinador faça mudanças nos contratos vigentes, dando, segundo ela, insegurança jurídica ao pensionista.
Disse ainda que a lei dá o direito à retirada de patrocínio, concedendo ao contribuinte a opção de receber sua reserva, ou aderir aos planos abertos, adesão que tem valor mais elevado do que a destinada a um fundo de pensão, pois é paga somente pelo participante.

Sugestões

Ruy Brito defendeu a apresentação de um projeto de lei que mude a legislação atual, alterando o modelo de gestão utilizada nos planos e adotando um sistema de gestão participativa com segregação de funções, em que uma parte administre e outra fiscalize.
Claudia Ricaldoni defendeu a mudança no modelo adotado pelas instituições financeiras, para que não vise só o lucro e volte a ser “previdenciário”, tendo por objetivo a seguridade social do pensionista.

- Estamos tentando aprovar uma resolução que proteja o participante. Os representantes da fazenda e patrocinadores devem respeitar o cliente. Estamos trabalhando com a vida, saúde e segurança das pessoas. O dinheiro é o meio, não o fim – afirmou a dirigente.

O desembargador aposentado Sérgio D’andréa sugeriu a criação de uma justiça previdenciária, semelhante à justiça eleitoral, militar e do trabalho. Para ele, o Congresso precisa impor mais rigidez às instituições de previdência complementar.

Previdência virou instrumento de manipulação financeira, afirma representante de associação


O sistema de previdência fechada vive instabilidade institucional e perdeu seu objetivo inicial, que era garantir uma aposentadoria complementar ao pensionista e passou a ter visão financeira. A afirmação foi feita pela presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundo de Pensão, Claudia Ricaldoni, nesta quinta-feira (30), durante a audiência pública que visa debater os Fundos de Pensão na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

- Vivemos um ataque ao conceito previdenciário. Não tem um fundo que não tenha sido mexido em seu contrato original. Eu compro um plano hoje e não sei o que vou receber no futuro – afirmou Claudia Ricaldoni.

Conforme disse, as instituições que oferecem os fundos entendem a previdência como um produto financeiro, ela considera a visão equivocada. Segundo ela, é preciso que o modelo volte a ser previdenciário, pois “estamos trabalhando com a vida, saúde e segurança das pessoas”.
A audiência é presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Da Redação

O Congresso Nacional precisa assumir seu papel de legislador e imprimir maior rigor às instituições de fundos de pensão. A opinião é do desembargador aposentado Sérgio D’andréa, que falou nesta quinta-feira (30) em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para debater a previdência complementar fechada.

- Há lacunas na legislação. Precisamos criar uma justiça previdenciária semelhante à justiça eleitoral, militar e do trabalho, a fim de fortalecer e garantir o direito previdenciário – afirmou o desembargador.

Para ele, o pensionista não pode ficar a mercê das modificações feitas pelos institutos previdenciários, segundo informou, a legislação atual permite que as empresas mudem os planos existentes, desrespeitando o direito adquirido, no momento da adesão do plano.
Em sua opinião, é preciso criar leis que impossibilitem os administradores de mudar contratos de forma unilateral. Assim seria garantido o direito do contratante.
Propostas apresentadas por entidades serão analisadas pelo senador Paulo Paim.

Agência Senado