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quarta-feira, 19 de junho de 2013

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA

DECLARAÇÃO DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA 1

"Somos o único caso de democracia no mundo em que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram.
Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados.
Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados após condenados assumem cargos e afrontam o Judiciário.
Somos o único caso de democracia no mundo em que é possível que condenados façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos".

(Declaração do Ministro do STF, Joaquim Barbosa, sobre o projeto de submete à aprovação do Congresso as decisões do STF)

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DA CÂMARA APROVA VERDADEIRO GOLPE DE ESTADO

24/04/2013
 às 20:10 \ Política & Cia

QUE ABSURDO! A Câmara aprovou hoje um golpe de Estado! Nada menos do que isso!

O plenário do Congresso Nacional: os parlamentares decentes dos diferentes partidos precisam barrar a aberração imoral que se quer aprovar contra os direitos dos cidadãos (Foto: Agência Câmara)
É uma barbaridade!
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados — justamente a comissão de JUSTIÇA — aprovou hoje um projeto de emenda à Constituição que, se levado adiante, representará nada menos do que um golpe de Estado.
Contrariando uma multissecular tradição profundamente enraizada no Ocidente, contrariando o espírito da Constituição, contrariando o bom senso e as regras elementares da democracia, a emenda proposta pretende submeter ao Congresso decisões da Justiça que declare inconstitucionais emendas à Carta.
Isso ocorrerá – se essa loucura prosperar – sempre que o Supremo Tribunal Federal julgar procedentes as chamadas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) propostas por vários órgãos legalmente autorizados a isso (veja quais na lei que regula as Adins, parágrafo 2º).
Ou seja, deputados e senadores serão quem decidirão, em última instância, se vale ou não vale o que eles próprios aprovaram. Nesses casos, serão os juízes de si mesmos — em detrimento dos direitos e garantias individuais dos cidadãos, cuja garantia é a Justiça.
O Legislativo, sempre controlado, como os demais Poderes, pelo Judiciário nas nações civilizadas e decentes, será seu próprio controlador em determinados casos — e se colocará acima do Poder Judiciário.
É um escândalo, é uma imoralidade.
Se aprovada a emenda, haverá exceções, e exceções gravíssimas, ao princípio constitucional de que todo ato praticado por agente público — e não apenas esses, mas todo ato que gere consequências jurídicas — tem a GARANTIA de ser ou não, em última análise, referendado pelo Judiciário.
É o Judiciário, nos países civilizados, o supremo guardião das garantias constitucionais, que compreendem todos os direitos e garantias individuais — o direito de ir e vir, o direito à livre manifestação, o direito à livre expressão do pensamento, o direito de associação… Todos os fundamentos de uma sociedade livre e civilizada.
É o Judiciário, nos países civilizados, pelo menos desde os primórdios da República fundada nos Estados Unidos no século XVIII, quem exerce o controle da constitucionalidade das leis. Que inclui o controle da constitucionalidade de emendas à própria Constituição.
Em certos países, como os próprios Estados Unidos, o papel cabe à Suprema Corte. Outras nações democráticas e civilizadas, como a Alemanha ou a Espanha, mantêm um Tribunal Constitucional específico, ao lado de uma Corte Suprema, que determina se normas aprovadas pelo Legislativo estão ou não de acordo com a Carta de Garantias, a Constituição.
O autor da emenda autoritária e imoral é o desconhecido deputado Nazareno Fontenele (PT-PI) (Foto: Beto Oliveira / Agência Câmara)
De todo modo, esse papel nobre cabe sempre ao Judiciário ou órgão equivalente, um dos Poderes independentes do Estado.
A emenda propõe mais barbaridades, entre as quais:
* Sobe para quatro quintos o quórum para o Supremo declarar uma lei inconstitucional.
* Proíbe que ministros do Supremo concedam liminares em mandado de segurança para suspender — até o julgamento final pela Corte — a eficácia de emendas constitucionais.
* Determina que as súmulas de jurisprudência vinculantes (mecanismo editado pelo STF que deve ser seguido por todas as instâncias do Judiciário, com base em decisões repetidamente adotadas pela corte — mecanismo destinado a agilizar a Justiça)) também serão submetidas ao crivo do Congresso antes de entrar em vigor.
Como ocorre com muitos dos trabalhos “sujos” no Congresso, a emenda foi originalmente apresentada por um deputado medíocre, obscuro, de quem ninguém nunca ouviu falar — um certo Nazareno Fonteles, do Piauí (e do PT, é claro!). Ele alcançará, agora, seus 15 minutos de fama, exercendo esse triste papel.
Ele apresentou a emenda em 2011, é certo. Antes do fim do julgamento do mensalão. Mas quem decidiu colocá-la em votação AGORA na Comissão de Justiça, de comum acordo com figurões lulopetistas, foi o presidente da Comissão, deputado Décio Lima, de Santa Catarina — e, é claro, do PT.
Os presidentes das comissões é que decidem a PAUTA a ser examinada. Décio Lima pinçou essa emenda de caso pensado.
Como a base parlamentar aliada ao governo Dilma está apoiando essa monstruosidade, parece, mesmo, ser a retaliação contra o Supremoprometida pelo ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS).
Querem castrar o Supremo!
Querem amordaçar a Justiça!
Querem se vingar pelo fato de a corte ter cumprido a Constituição e as leis, e condenado os mensaleiros a pesadas penas de prisão.
Já dominam o Legislativo com os métodos que todos conhecemos. Agora, querem que esse Legislativo, que controlem, dominem também o Judiciário.
A democracia estará ameaçada com esse golpe de Estado branco se ele seguir adiante no Congresso.
Os homens de bem da Câmara e do Senado, de todos os partidos — e, não tenham dúvida, eles existem — estão com a obrigação cívica de se oporem a esse ato ditatorial.

terça-feira, 18 de junho de 2013

EXTERIOR: ENTIDADES DÃO NOVOS PASSOS

Fonte: abrapp



 18/06/2013
Juros baixos e o desejo de diversificar a carteira fazem as entidades se preparar para investir no exterior. A Valia, informa o seu diretor de Investimentos, Maurício Wanderley, está estruturando uma área voltada exclusivamente para alocação de recursos lá fora. Já a Fundação Cesp, explica Jorge Simino, também diretor de Investimentos, está na fase em que se busca a aprovação da governança que irá sustentar tais aplicações, sendo que o processo avança, porque 9 dos 10 comitês gestores de planos já aprovaram a ideia das alocações globais e uma assembleia deverá ratificar a decisão até o final deste mês.

A gerente que vai responder pela nova área na Valia, Ana Cláudia Nolte, está nesse momento no exterior conversando com investidores e gestores internacionais, estudando jurisdições, enquanto a entidade prossegue na contratação da equipe e monta a estrutura que vai dar suporte às decisões de investimento. Segundo Maurício Wanderley, proposta de política está sendo estruturada para apresentação ao Conselho até o final de 2013 e definição de um mandato.

“Ninguém vai ser hiper ativo num primeiro momento em seus investimentos no exterior”, esclarece Simino, lembrando que “ninguém aprende a nadar em alto mar”. As coisas vão acontecer aos poucos e Simino prevê que no primeiro ano não se vai avançar além de 02,% ou 0,3% do patrimônio.

O processo, e ao falar nisso Simino inclui o grupo informal de uma dezena de fundos de pensão que, sob a coordenação da Previ, estuda como investir no exterior, está a seu ver adiantado o suficiente para permitir que as primeiras alocações já aconteçam ainda em 2013. “Mas não há compromisso firme nesse sentido”, comenta Simino. A ideia é a contratação de três ou quatro gestores internacionais e atuar com foco na renda variável.

A PÁGINA ESQUECIDA DA CULTURA BRASILEIRA

16/06/2013 - 02h00

Morreu Jacob Gorender, tendo deixado seu magnífico "Combate nas Trevas", em que conta as ilusões armadas da esquerda brasileira nos anos 70. Com ele foi-se um pedaço da memória da usina de livros e fascículos da editora Abril, produto da visão empresarial de Victor Civita.

"Seu" Victor achava que a história segundo a qual brasileiro não lê era uma lenda e decidiu lançar uma coleção intitulada "Gênios da Literatura Universal". A cada semana, punha nas bancas de jornais um grande romance, acompanhado por um fascículo com a vida do autor. Começou com Irmãos Karamazov, anunciando que a série teria 50 volumes.

Deram-no por doido, pois se o primeiro livro vendesse menos de 50 mil exemplares a coleção iria a pique. Ele informou: "Vocês são contra, mas eu tenho 51% das ações e isso será feito". Dostoiévski vendeu 270 mil exemplares. Seguiram-se os "Gênios da Literatura Brasileira", os "Economistas" e os "Pensadores". Platão vendeu 250 mil exemplares. As coleções da Abril levaram para as bancas de jornais cerca de 12 milhões de livros e ela tornou-se a maior editora de livros de filosofia do mundo.

Nesse empreendimento estiveram o diretor da operação, Pedro Paulo Poppovic, e a rede de intelectuais por ele mobilizada. Nela havia 300 professores que a ditadura deixara sem trabalho. Jacob Gorender traduzia filósofos alemães numa cela do presídio Tiradentes e Pedro Paulo publicava seu trabalho com o nome da mulher, Idealina. Libertado, tornou-se funcionário da Abril Cultural, trabalhando ao lado de uma jovem que gostava de teatro, chamada Maria Adelaide Amaral.

A coleção dos pensadores foi dirigida pelos filósofos José Américo Motta Pessanha (posto para fora da UFRJ), com o apoio de José Arthur Giannotti (cassado pela USP). A redação dos fascículos era dirigida por Ari Coelho, professor de química expulso da Universidade de Brasília.

Poppovic calcula que a polícia visitou a Abril Cultural em pelo menos quinze ocasiões. Em alguns casos os redatores valiam-se de uma rota de fuga. Ele lembra que em nenhum momento Civita perguntou-lhe quem trabalhava lá, nem o que a polícia queria.


Um dia alguém resgatará a história do maior empreendimento cultural ocorrido durante a ditadura, com o mais absoluto sucesso.


FONTE..... matéria acima foi publicada nos jornais O GLOBO e FOLHA DE S.PAULO, em suas edições de 16.06.2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

DIFERENÇA ENTRE ENGENHOSIDADE E INTELIGÊNCIA

Para aqueles que acham que apenas tecnologia resolverá problemas!  


Diferença entre engenhosidade e inteligência

1 - A NASA
Quando, antes dos anos 60, a NASA iniciou o envio de astronautas para o espaço, advertiram que as suas canetas não funcionariam à gravidade zero, dado que a tinta não desceria à superfície onde se desejaria escrever. 
Ao fim de 6 anos de testes e investigações, que exigiu um gasto de 12 milhões de dólares, conseguiram desenvolver uma esferográfica que funcionava em gravidade zero, debaixo d´água, sobre qualquer superfície incluindo vidro e num leque de temperaturas que iam desde abaixo de zero até 300 graus centígrados. 
Os Russos, pelo seu lado, ao depararem com o mesmo problema, descartaram as canetas e, simplesmente deram lápis às suas tripulações para que pudessem escrever sem problemas.
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2 - O EMPACOTADOR DE SABONETES
Em 1970, um cidadão japonês enviou uma carta a uma fábrica de sabonetes de Tókio, reclamando ter adquirido uma caixa de sabonete que, ao abri-la, estava vazia. A reclamação colocou em marcha todo um programa de gestão administrativa e operacional; os engenheiros da fábrica receberam instruções para desenhar um sistema que impedisse que este problema voltasse a repetir-se.
Depois de muita discussão, os engenheiros chegaram ao acordo de que o problema tinha sido desencadeado no setor de empacotamento dos sabonetes, onde uma caixinha em movimento não foi cheia com o sabonete respectivo.
Por indicação dos engenheiros desenhou-se e instalou-se uma sofisticada máquina de raios "X" com monitores de alta resolução, operada por dois trabalhadores encarregados de vigiar todas as caixas de sabonete que saíam da linha de empacotamento para que, dessa maneira se assegurasse de que nenhuma ficaria vazia. O custo dessa máquina superou os 250,000 dólares.
Quando a máquina de raios "X" começou a falhar ao fim de cinco meses de ser operada pelos três turnos da empresa, um trabalhador da área de empacotamento pediu emprestado um potente ventilador (ventoinha) de 50 dólares e apenas o apontou na direção da parte final da passadeira transportadora.
À medida que as caixinhas avançavam nessa direção, as que estavam vazias simplesmente saíam voando da linha de empacotamento, por estarem mais leves.

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3 - O HOTELEIRO de NY
O gerente geral de uma cadeia hoteleira americana viajou pela segunda vez para Seul no lapso de um ano; ao chegar ao hotel onde devia hospedar-se foi recebido calorosamente com um "Bem-vindo senhor, que bom tê-lo novamente no nosso hotel".
Duvidando de que o recepcionista tivesse tão boa memória e surpreendido pela recepção, propôs-se que - no seu retorno a New York-imporia igual sistema de tratamento ao cliente na cadeia hoteleira que administrava.
No seu regresso convocou e reuniu todos os seus gerentes pedindo-lhes para desenvolver uma estratégia para tal pretensão.
Os gerentes decidiram implementar um software de reconhecimento de rostos, base de dados atualizada dia a dia, câmeras especiais com um tempo de resposta em micro segundos, assim como a pertinente formação dos empregados, etc., cujo custo aproximado seria de 2.5 milhões de dólares.
O gerente geral descartou a ideia devido aos elevados custos.
Meses depois, na sua terceira viagem a Seul, tendo sido recebido da mesma maneira, ofereceu uma boa gratificação ao recepcionista para que lhe revelasse como o faziam.
O recepcionista disse-lhe então:
Repare senhor, aqui temos um acordo com os taxistas do aeroporto; durante o trajeto eles perguntam ao passageiro se ele já havia se hospedado neste hotel, e, se a resposta é afirmativa, eles, à chegada ao hotel, depositam as malas do hóspede do lado direito do balcão de atendimento.
Se o cliente chega pela primeira vez, as suas malas são colocadas do lado esquerdo e o taxista é gratificado com um dólar pelo seu trabalho.

Esta é a diferença entre engenhosidade e inteligência


sexta-feira, 14 de junho de 2013

GOVERNO PERDIDO

11 de junho de 2013 | 2h 04




O Estado de S.Paulo


A melhor imagem de um governo perdido é a fotografia da presidente Dilma Rousseff publicada nesse domingo no caderno de Economia e Negócios do Estado. Cabisbaixa, com a face apoiada na mão direita, olhar vago e expressão de desalento, sua figura é a ilustração perfeita para a principal cobertura econômica da edição - uma entrevista com um ministro da Fazenda acuado pelos fiascos e uma coleção de notícias e comentários sobre os tropeços federais. "O governo perdeu o rumo", sintetiza o título de um artigo do economista José Roberto Mendonça de Barros. A equipe econômica, informa outro texto, desistiu de anunciar metas ou previsões de crescimento, exportação, arrecadação, inflação e até de prazos para concessões de serviços de infraestrutura.

Apesar dos fracassos, tudo vai bem, recitam os funcionários mais importantes, mas o ministro Guido Mantega, entrevistado, recusou-se a formular uma nova previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, alegando o temor de ser "linchado em praça pública", se o número final apurado for diferente do projetado. Com um pouco mais de ousadia, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, havia reiterado no começo do mês a expectativa de exportações em "patamar elevado, semelhante aos de 2011 e 2012".

Mas o valor exportado em 2012 foi inferior ao de 2011 e o deste ano, até maio, ficou abaixo do de um ano antes. Na melhor hipótese, portanto, repete-se o número de dois anos atrás?

Também no domingo, o Globo destacou a herança fiscal prevista para o próximo governo: subsídios ao BNDES e incentivos fiscais devem retirar R$ 50 bilhões do próximo governo em seu primeiro ano. A desordem nas contas públicas, lembra a reportagem, foi uma das razões alegadas pela agência Standard & Poor's para impor um viés de baixa à perspectiva econômica do Brasil - tema inicial da entrevista do ministro Mantega ao Estado. No mesmo dia, reportagem da Folha de S.Paulo vinculou à perda de popularidade e aos riscos eleitorais a mudança de política ensaiada pelo governo com a elevação dos juros básicos e a decisão de retorno ao câmbio flutuante.

A coincidência dos temas está longe de ser uma casualidade e tampouco resulta de uma conspiração da imprensa burguesa contra a reeleição da presidente. A cúpula do governo, segundo informaram fontes federais há mais de uma semana, percebeu o custo político da inflação elevada e resistente e decidiu aceitar o aperto mais forte da política monetária.

Essa mesma cúpula notou, com certeza, os sinais de mudança no mercado financeiro internacional e decidiu facilitar o ingresso de capital - um ato preventivo, em face do risco de um déficit crescente nas transações do Brasil com o exterior.

O governo, portanto, tem noção dos fracassos, fareja perigos e até encontra justificativas para ensaiar mudanças políticas sem admitir os erros, mas, apesar disso, continua incapaz de encontrar um novo rumo. Sua política fiscal permanece desastrosa. A gastança prejudica a eficácia da política monetária e dificulta o combate à inflação. A alta de preços, na versão oficial, perde impulso e em breve o problema terminará. Mas os fatos contrariam essa versão, porque desajuste real é muito mais grave que um choque de preços de efeito passageiro.

Incapaz de trocar o populismo, o fisiologismo e o voluntarismo por uma política econômica digna desse nome, o governo insiste na improvisação já denunciada até por alguns de seus técnicos. As desonerações devem chegar a R$ 72,1 bilhões neste ano e a R$ 91,5 bilhões em 2014, disse ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Na semana passada, medida provisória sobre transferências ao BNDES já havia prenunciado mais buracos no Tesouro. De improvisação em improvisação, o governo continua desmontando os fundamentos da economia e compondo uma herança maldita para o próximo governo. Chega a parecer estranho a presidente insistir nessa política e ainda pretender a reeleição. Ou será apenas mais um desatino?

VITÓRIA DO FUNCIONALISMO BB ?





 
VITÓRIA DO FUNCIONALISMO:
Previc determina que Previ cumpra o teto de contribuição para estatutários
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) determinou que a Previ adote as providências necessárias para a implementar o teto para os dirigentes estatutários do Banco do Brasil. A decisão foi homologada por meio do despacho 10/2013/DIFIS/PREVIC, de 5/6/2013. Em sua fundamentação, a Previc utiliza a Nota 14/2013, da Advocacia Geral da União (AGU), de 11/4/2013, aprovada com ressalva pelo Procurador-Geral Federal em despacho de 30/4/2013.
A ANABB, como a Federação das Associações de Aposentados do Banco do Brasil (FAABB) e Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB), noticiou nos últimos meses as diversas iniciativas desenvolvidas na luta pela implementação de um teto para os estatutários do BB (diretores, vice-presidentes e presidente).
Foram feitas visitas à AGU e à Previc oportunidade em que a ANABB apresentou sua argumentação a respeito da necessidade de existência de um teto para estatutários para que não houvesse comprometimento do equilíbrio do Plano 1 da Previ.
No último dia 31 de maio, a ANABB divulgou nota oficial com seu posicionamento sobre o assunto, defendendo a existências de três tetos distintos: um para diretores, outro para vice-presidentes; e um terceiro para o presidente. Tais tetos teriam como referência os salários que esses dirigentes recebiam em 31/3/2008, último dia antes da mudança na sistemática de remuneração para esses administradores.
Nesta terça-feira, 11/6/2013, o conselheiro deliberativo da ANABB, William José Alves Bento (ex-conselheiro deliberativo da Previ) participava de reunião do Grupo de Assessoramento Temático (GAT) Previ Plano 1, quando recebeu o ofício 2130/2013, da Previc, informando-o das determinações dirigidas por aquele órgão à Previ. William Bento e Isa Musa de Noronha (também conselheira deliberativa da ANABB), além do participante da Previ Luiz Carlos Teixeira, aparecem oficialmente como os denunciantes que deram origem ao processo na Previc.
O despacho da Previc, em síntese, estabelece que:
  • a) os tetos para os estatutários do BB devem ter como referência os salários que eles recebiam antes de 1º/4/2008, corrigidos pelos índices aplicados aos integrantes deste grupamento. A decisão da Previc se assemelha em muito às sugestões divulgadas pela ANABB em nota oficial e atende aos desejos de seus associados; 
  • b) os benefícios pagos aos que se aposentaram sem a vigência do teto sejam revistos;
  • c) que fica facultado ao BB pagar valores acima do teto, desde que às suas expensas e sem impacto na Previ;
  • d) ao rever os valores dos benefícios dos que já se aposentaram sem o teto, seja facultado o pagamento desses valores pelo uso de mecanismos já existentes entre o BB e a Previ;
  • e) caso o BB assuma a responsabilidade pelos valores excedentes e o pagamento ocorra por meio da Previ/BB, poderá o patrocinador, se for de sua vontade, utilizar os fundos registrados em seu nome na Previ para fazer frente aos pagamentos.
Para o presidente da ANABB, Sergio Riede, “o estabelecimento de um teto para os estatutários do Banco do Brasil é uma conquista que contribui de modo decisivo para evitar um desequilíbrio, atual ou futuro, no Plano 1, uma vez que os honorários desses dirigentes não estão mais atrelados ao plano de cargos e salários do BB e o Plano 1 deve pagar benefícios por mais 69 anos.
Ninguém pode afirmar, com certeza, o que poderia ocorrer com a remuneração dos estatutários neste intervalo de tempo, com os sucessivos governos federais e as sucessivas diretorias do Banco”.
Riede ressalta que “a ANABB e as demais entidades que têm lutado pelo equilíbrio e justiça na Previ, devem louvar a iniciativa da Previc em reestabelecer um teto que havia sido definido quando da implantação da nova sistemática de remuneração dos dirigentes do BB, mas que nunca chegou a ser implementado. Ao mesmo tempo, todos devem permanecer atentos para acompanhar os desdobramentos práticos do despacho da Previc”, finalizou.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

ENERGIA AMERICANA VIRA O JOGO

Estudo, inteligência e patriotismo, fazem do povo norte-americano o destaque.




Editorial

Energia americana muda o jogo

14 de maio de 2013 | 2h 08

O Estado de S.Paulo
Uma revolução energética iniciada nos Estados Unidos pôs em alerta grandes produtores e exportadores de petróleo e gás, já afeta decisões de investimento de amplos setores industriais, desvia recursos do mercado brasileiro para o americano e impõe um duro desafio aos formuladores da política brasileira de energia. Uma tecnologia econômica de exploração do gás de xisto derrubou o preço do gás nos Estados Unidos de US$ 8,9 por milhão de BTU em 2008 para US$ 2,7 em 2012 (o BTU, British Termal Unit, corresponde a 252,2 calorias e é medida usada internacionalmente). 

O novo preço corresponde a um quinto do encontrado no Brasil, onde indústrias muito dependentes do gás - dos setores de cerâmica, vidro e petroquímica, por exemplo - perdem competitividade, paralisam planos de expansão ou reorientam investimentos para fora do País, além de aumentar as importações. 

Autoridades brasileiras finalmente reagiram às novas condições de preços e às perspectivas de grandes mudanças no mercado. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu incluir a exploração do xisto no próximo leilão de blocos de gás, previsto para os dias 30 e 31 de outubro. A licitação deverá incluir as Bacias do Parecis (MT), do Parnaíba (entre Maranhão e Piauí), do Recôncavo (BA), do Paraná (entre PR e MS) e do São Francisco (entre MG e BA). A ideia é usar a técnica de fraturamento das rochas de xisto usada nos Estados Unidos. 

Com a exploração do gás de xisto, os Estados Unidos poderão tornar-se independentes - ou muito menos dependentes - do petróleo importado, segundo previsões correntes entre especialistas. De qualquer forma, há perspectivas de grandes mudanças no mercado de hidrocarbonetos e isso já incomoda os grandes produtores e exportadores, como a Rússia. Em janeiro, na reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, representantes do governo russo foram forçados a discutir publicamente os efeitos dessa mudança na economia de seu país. 

No Brasil, o assunto foi virtualmente ignorado nas discussões públicas até recentemente. A decisão da Agência Nacional do Petróleo de leiloar a exploração de gás de xisto só foi noticiada em meados de abril. As reservas brasileiras, estimadas em 6,4 trilhões de metros cúbicos, estão em décimo lugar na classificação internacional. A China detém as maiores reservas (36,1 trilhões de metros cúbicos), seguida pelos Estados Unidos (24,4 trilhões) e pela Argentina (21,9 trilhões). 

Com essa novidade, as empresas do setor de petróleo e gás deverão dar importância, novamente, às atividades em terra, deixadas em segundo plano desde as primeiras descobertas de hidrocarbonetos no mar, nos anos 70. A concentração de recursos na exploração de reservas marítimas ainda se intensificou a partir da descoberta do pré-sal. Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ação da Petrobrás foi orientada como se a exploração do pré-sal pudesse mudar amplamente as condições do mercado internacional em poucos anos, convertendo o Brasil em uma das principais potências petrolíferas. 

A exploração de reservas em águas muito profundas é, sem dúvida, promissora, mas nenhum planejador deveria menosprezar as dificuldades e incertezas tecnológicas, os custos enormes, a insegurança quanto aos prazos e, naturalmente, o desenvolvimento de novas técnicas e de outras fontes de energia. 
O governo brasileiro assumiu um risco muito grande ao concentrar suas fichas nas possibilidades do pré-sal, deixando em plano inferior até os objetivos imediatos de produção, essenciais para o atendimento do mercado e até para a geração de caixa da Petrobrás, reconvertida em grande importadora de combustíveis. 

A nova exploração do gás de xisto nos Estados Unidos é um claro exemplo dos riscos ignorados ou desprezados na política energética brasileira. E é também - é sempre útil lembrar - um exemplo instrutivo das vantagens da flexibilidade econômica americana. Enquanto os outros choravam as dores da crise econômica, os americanos viravam o jogo no mercado de recursos energéticos.