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sábado, 27 de julho de 2013

QUEM NOS DEFENDERÁ DESSA TIRANIA?




O que os jovens, os homens e as mulheres de uma nação podem esperar de um Estado cujo poder Executivo, por seu próprio arbítrio e conveniência invade as searas da Justiça e suplanta os ditames das leis? E o pior, com a passiva indiferença do Legislativo que fez essas leis e sem a reclamada censura do Judiciário, guardião do cumprimento das leis.

O clamor das ruas que se multiplica pelos países mundo afora, exceção especial aos de motivação teocrática, estão aí a demonstrar que existe uma “globalização” da revolta contra esse arbitrário exercício de poder que destrói os fundamentos da organização das classes sociais com seus inerentes direitos políticos, sociais e econômicos. Também aqui, no nosso Brasil, a massa vem fermentando durante as últimas três décadas, e agora transbordou.

E essa arbitrariedade e desrespeito às leis e ao direito tem vitimado até mesmo categorias profissionais produtivas, organizadas e protegidas (pelo menos deveriam ser) por suas entidades de classe. De alguma forma, para essas categorias há ainda uma resistência, muitas vezes com êxito, contra esse abuso de poder. O que dizer, então, quanto ao destino daqueles que já cumpriram seu papel produtivo, na terceira e quarta idades (estes pecam por sobreviver além da tábua), hoje aposentados, sem representação político-econômica e social, desprotegidos e vulneráveis, sofrendo achaques por todos os lados, sem voz presente que os defenda nas decisões oficiais que destratam os seus direitos e o seu futuro? Na previdência oficial, por exemplo, quem protege o aposentado dos efeitos dessa excrescência do tal “fator previdenciário” criado arbitrariamente pelo Poder Público, sob pretexto de viabilizar as contas da Previdência Social.

Serys Slhessarenko (PT-MT), quando ainda senadora, acusou o governo FHC de desviar dos cofres da Previdência, cerca de R$6 bilhões. Como prova, leu 13 decretos e leis publicadas no DO, autorizando a transferência desses recursos, entre outros destinos, para os ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Planejamento e Integração Nacional. Nada contra que esses recursos estancados sejam utilizados para atividades de desenvolvimento econômico, desde que retornem e devidamente remunerados. E isto não aconteceu.

Voltando no tempo, os antigos IAPs - Institutos de Aposentadoria, IAPC, IAPB, IAPI e outros – com seus cofres legalmente abastecidos pelas contribuições dos trabalhadores para garantir seu futuro, também foram esvaziados pelo governo Kubitschek e destinados a ajudar na construção de Brasília. Lembremos, de passagem, que recursos da previdência social foram utilizados, muitos a fundos perdidos, para financiar créditos agrícolas e industriais, inclusive a construção da Ponte Rio-Niterói, Hidrelétrica do S.Francisco, Itaipu, instalação de grandes indústrias, etc. Mais uma vez, nada contra que esses recursos sejam utilizados para atividades de desenvolvimento do país, mas que sejam adequadamente remunerados e retornem na medida das necessidades de cobertura das aposentadorias. Mas, esquece. Remuneração “zero”. Castigo maior, é a Previdência Social ser acusada de provocar rombo nas contas do Tesouro.

No que diz respeito à Previdência Complementar Privada, quando se trata de fundos de previdência vinculados a empresas estatais e de economia mista, a mão grande do governo alcança também os seus cofres e sem dificuldades, com a entrada  franqueada pelos diretores com poder de decisão, nomeados pelo próprio governo. Nesse afã, atropela leis claras, cria normas e resoluções que confrontam artigos, parágrafos e incisos dessas leis, tomando posse de recursos que pertencem aos beneficiários desses fundos.

Tratando-se desse histórico, Banco do Brasil e Previ. são partes das nossas vidas, e a mão grande do Banco usualmente passando como rolo compressor sobre disposições claras das leis e da Constituição, açambarca os recursos superavitários da Previ, recursos esses que deveriam ser destinados exclusivamente a atualização dos benefícios e lastro para pagamento futuros. A Previ, em várias ocasiões tem sido a personagem da fábula de Esopo, a Galinha dos Ovos de Ouro, para o Banco.

São várias as ocasiões em que o Banco incursionou sobre os recursos superavitários do nosso PB1 na Previ, tanto para cobrir seu passivo excedente (em 1996, por conta do calote das dívidas estratosféricas dos usineiros) como para inflar seus balanços constituindo receitas referentes a antecipação parcial de ganhos atuariais de realização futura, isto é, no encerramento definitivo do PB1. Mas sem fábulas, a verdade é que nossos problemas começaram com a reforma do estatuto de 1997 e o acordo negociado em gabinete a portas fechadas, pelos mandatários do governo FHC e os integrantes da Comissão de Empresa ocupada por sindicalistas oriundos da CNB e da CUT.

Daí para frente, desencadearam-se as pragas sobre nossos campos:  apropriação de 2/3 do superávit da Previ pelo Banco; a paridade contributiva; a violenta intervenção de 2002 com a extinção do figura do Corpo Social como órgão deliberativo; quitação de dívidas milionárias anteriores já consolidadas e reconhecidas pelo próprio Banco com o PB1; instituição da Parcela Previ (PP); Resolução 26 dando direito ao Banco de se apropriar da metade da Reserva Especial; calote do BET sobre a Verba P 220; manobras do Banco, em 2008, concedendo aos seus altos executivos direitos a aposentadorias nababescas sem respeitar o teto máximo do regulamento da Previ; regulamentação para a possível retirada do patrocínio levando metade do recursos da Previ, e lançando seus atuais e futuros aposentados às incertezas de confusas alternativas de escolha sobre seus destinos, dentro de um mercado inseguro de fundos privados que podem quebrar regras sem dar satisfação a ninguém.

Quem nos defenderá dessa tirania a que estamos sendo submetidos, senão nós mesmos, lutando coesos e organizadamente em todas as instâncias, e até o nosso último fôlego.

Roberto Abdian

terça-feira, 23 de julho de 2013

FUNDOS DE PENSÃO, INVESTIMENTO E TRANSPARÊNCIA


Brasília, 17 de Julho de 2013.


Discurso 170713 – Senadora Ana Amélia –
Fundos de pensão, investimentos e transparência
Senhor Presidente, Senadores, Senadoras, servidores desta Casa, Telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado,

As sucessivas e recentes perdas de rendimento dos fundos de pensão das estatais exigem do poder público, inclusive do Congresso Nacional, responsabilidade redobrada, atenta observação à máxima transparência e rigorosos critérios de gestão contábil e financeira. São rotinas cada dia mais presentes nas competitivas empresas privadas que precisam ser replicadas e imitadas pelas autoridades públicas. É uma maneira de preservar direitos básicos: o dinheiro e os investimentos de todos aqueles que têm contribuído, dia a dia, ano a ano, para acumular recursos da aposentadoria.

A má gestão e a realização equivocada de aplicações financeiras, são, sem dúvida, um "câncer maligno" para os fundos de pensão e demais investimentos. O descaso com a administração severa e minuciosa das finanças é, portanto, fatal, com possibilidades de irreversíveis e irreparáveis danos às vidas de qualquer cidadão. 


E isso, Senhores Senadores, é inadmissível em nossa democracia, principalmente no atual momento econômico do Brasil. As empresas privadas ou representantes políticos e técnicos do poder público, sejam do Executivo, Legislativo ou do Judiciário, não podem, em qualquer hipótese, brincar com os recursos dos trabalhadores, dos investidores.  Com o dinheiro alheio não se improvisa. É dever preservá-lo, de modo transparente e com gestão eficiente.


Por isso, a importância da vinda do Diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), João Maria Rabelo, à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) desta Casa, após o recesso parlamentar. Esse requerimento de minha autoria, aprovado hoje (17), visa a apurar informações e sanar dúvidas sobre a atual fiscalização dos fundos brasileiros de pensão, sobretudo após a publicação de dados indicando queda na rentabilidade desses fundos.

O Fundo de pensão do Banco do Brasil, por exemplo, apresentou uma enorme perda após fazer aplicações em ações do grupo EBX, do empresário Eike Batista, que viu a fortuna pessoal despencar de 30 bilhões de dólares para pouco mais de 10 bilhões em menos de dois anos, com impactos na rentabilidade de outros fundos. Em 2012, os recursos dos funcionários do banco, com as ações do grupo, somavam 15 milhões de Reais. Hoje, não passam de R$ 300 mil, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Isso é grave, muito preocupante!
O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o terceiro maior do país com 130 mil funcionários, também acumula quedas expressivas: um rombo de 985 milhões de reais, quase R$ 1 bilhão de reais, só nos últimos dois anos. O déficit ocorreu também após investimentos nas ações do grupo EBX e por problemas de avaliação técnica. Para tentar reverter as perdas, os salários dos funcionários dos Correios têm sofrido descontos equivalentes a 3,94% do valor do benefício a ser pago na aposentadoria. Mais uma vez, a corda arrebenta no lado do funcionário, o elo mais fraco desse sistema.
Esses dados me obrigaram, em conjunto com o Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a convidar também o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, em requerimento aprovado ontem (17), para explicar as operações de crédito realizadas entre o banco e o grupo de Eike Batista.

Reportagem do Estado de S. Paulo demonstrou que o banco adiou prazos de cobrança e alterou exigências em contratos de financiamentos com empresas de Eike. O empresário pode, inclusive, ser obrigado a devolver blocos para exploração de petróleo, arrematados recentemente pela OGX, caso o pagamento dos lances não seja feito até o prazo de final de agosto, agravando ainda mais a situação dos investidores.

Tão importante quanto os fundos de pensão é a saúde financeira do BNDES, principal instrumento público federal para financiar investimentos importantes na nossa economia. Estamos falando de uma importantíssima fonte de financiamento da infraestrutura nacional que por 60 anos faz parte da história do Brasil. É um patrimônio que precisa ser preservado para garantir a eficiência e o desenvolvimento econômico, social e político do país.

Essa atenção criteriosa é para evitar episódios emblemáticos como o do falido fundo Aerus, sob intervenção judicial, dos ex-funcionários de empresas aéreas, como Varig e Transbrasil, que até hoje lamentam os danos causados. Os mais de 20 mil funcionários que aderiram ao fundo dedicaram parte de suas rendas, ao longo de anos, para compor as aplicações do Aerus. Muitos morreram sem ver a cor do dinheiro que investiram. Em muitos casos, a morte veio mais cedo porque os recursos dedicados à aposentadoria, via fundo de pensão, não retornaram em quantidade suficiente para custear remédios e tratamentos de saúde mais eficazes. 

Hoje, inclusive, eu e o Senador Paulo Paim iremos nos reunir com o Ministro Chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Lucena Adams, para tratar dessa lamentável situação que se arrasta por longos 7 anos, sob intervenção judicial. 

É um imbróglio previdenciário, sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que poderia ter sido evitado se as autoridades públicas tivessem prestado a devida atenção aos critérios de gestão e administração financeira do Aerus. Esses erros não podem mais se repetir! 

Atualmente, existem no Brasil mais de 100 importantes fundos de pensão, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP).  É, portanto, um universo importantíssimo de pessoas que investem tempo e disciplina financeira para a realização de sonhos, como a aposentadoria tranquila. Não temos o direito de acabar com as esperanças dos investidores. Zelar pela administração eficiente das finanças públicas não é um favor do parlamentar, é uma obrigação. 
Muito obrigada !!!!


GUSTAVO BERNARD   

Praça dos Três Poderes  Senado Federal
Ala Senador Afonso Arinos – Gab.7
70165-900 - Brasília - DF
Telefones: + 55 (61) 3303-6083

sexta-feira, 19 de julho de 2013

AÇÕES CONTRA A PREVI

Fonte: abrapp


JUDICIALIZAÇÃO: O PÊNDULO SE INVERTE


10/07/2013


“A curva de ingresso de novas ações movidas por participantes contra a Previ está começando a  se inverter”, adianta o Coordenador do CEJUPREV - Centro de Estudos Jurídicos da Previdência Complementar e  advogado da entidade, José Luiz Guimarães. Ele atribui esse decréscimo especialmente ao fato de muitas das últimas decisões do Judiciário, refletindo um maior esclarecimento de desembargadores e ministros, algo para o que o próprio CEJUPREV vem contribuindo, terem sido favoráveis às fundações. Isto é, a favor  do espírito  coletivo contra a beligerância individual, deixando com isso mais gente desestimulada a bater à porta da Justiça para reclamar direitos que na grande maioria das  vezes  nem existem mas com certeza atentam contra o interesse da massa.

Guimarães situa essa inversão da tendência em decisões tomadas a grosso modo nos últimos dois anos, culminando com o julgamento do STF em favor da competência da Justiça Comum para julgar processos contra fundos de pensão.  No seu modo de ver, essa é uma razão suficiente para nos dar segurança de que é chegado o momento de falarmos do tema com os participantes, sem temer que tratando do assunto estejamos chamando a atenção para a possibilidade de ganhos individuais.

Para o Coordenador do CEJUPREV, está mais do que na hora de tratarmos do problema de frente com os participantes, mostrando que uma pequena minoria está prejudicando a ampla maioria, na medida em que a faz pagar a conta das vantagens que esses poucos levam. A imagem de que fundo de pensão se assemelha a um condomínio traduz bem a seu ver a realidade dos fatos, uma vez que numa entidade todos repartem o patrimônio acumulado.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

FILHAS DE MINISTROS DO STF DISPUTAM ALTOS CARGOS

Filhas de ministros do STF disputam altos cargos no Judiciário mesmo sem experiência

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LEANDRO COLON
DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO
Para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a advogada Marianna Fux, 32, é "respeitada" e "brilhante".
Na avaliação de Ophir Cavalcante, ex-presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o currículo da colega Leticia Mello, 37, "impressiona".
A mesma opinião tem o experiente advogado José Roberto Batocchio: "É uma advogada com intensa militância, integra um grande escritório, com ampla atuação no Rio".
Meses atrás, o mais novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, exaltou as qualidades de Leticia numa carta enviada a desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com jurisdição no Rio e no Espírito Santo. Em troca, ela prestigiou a posse dele no STF.
As duas advogadas são filhas de ministros do Supremo. Com poucos anos de advocacia, estão em campanha para virar desembargadoras, juízas da segunda instância.
Filha do ministro Luiz Fux, Marianna lidera as apostas para substituir o desembargador Adilson Macabu, que se aposenta no Tribunal de Justiça do Rio nesta semana.
Se for bem sucedida, ela terá um salário de R$ 25,3 mil e regalias como carro oficial e gabinete com assessores.
Filha do ministro Marco Aurélio Mello, Letícia pode conseguir coisa parecida. Ela foi a mais votada numa lista submetida à presidente Dilma Rousseff para o preenchimento de uma vaga no TRF do Rio.
Leticia é mais experiente do que Marianna. Formou-se em 1997 e trabalha num escritório de prestígio. É considerada no meio jurídico uma advogada promissora, mas que dificilmente chegaria tão cedo a uma lista tríplice se o pai não estivesse no STF.
Pedro Ladeira/Folhapress/Isaac Markman
Montagem com as advogadas Leticia Mello (à esq.), filha do ministro Marco Aurélio Mello, e Marianna Fux, filha do ministro Luiz Fux
Montagem com as advogadas Leticia Mello (à esq.), filha do ministro Marco Aurélio Mello, e Marianna Fux, filha do ministro Luiz Fux
Em entrevista à Folha, Marco Aurélio saiu em defesa da filha: "Se ser novo apresenta algum defeito, o tempo corrige". Ele procurou desembargadores para tratar da indicação da filha, mas nega ter pedido qualquer coisa. "Jamais pedi voto, só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela".
No TJ do Rio, há registro de apenas cinco processos em que Leticia atuou. No TRF, onde ela quer ser desembargadora, não há menção. Leticia formou-se no Centro Universitário de Brasília e não tem cursos de pós-graduação.
"Há muitos que têm diversos canudos debaixo do braço e deixam a desejar", diz Marco Aurélio. "É pecado [a indicação]? É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?"
Leticia e Marianna disputam vagas do chamado quinto constitucional, reservadas a juízes indicados pela OAB.
O ministro Fux foi desembargador do TJ do Rio no início da carreira e conhece quem pode ajudar sua filha. A votação no tribunal deverá ser aberta. Um integrante do TJ diz que isso pode criar constrangimento, se algum ex-colega de Fux quiser se opor à escolha da sua filha.
Marianna formou-se há dez anos pela Universidade Cândido Mendes, no Rio, e seu currículo exibe uma pós-graduação em Teoria das Obrigações e Prática Contratual pela Fundação Getúlio Vargas.
A FGV informou à Folha que não se trata de pós-graduação, mas de um curso de extensão universitária de quatro meses. Marianna atuou em apenas seis processos no TJ do Rio: um sobre extravio de bagagem, os demais sobre espólio e dano moral.
Em abril deste ano, o advogado Sérgio Bermudes, que é amigo de Fux e emprega Marianna, organizou uma festa para comemorar o aniversário do ministro. Os desembargadores do TJ foram convidados, mas Fux cancelou o evento após sofrer críticas.
O presidente da OAB do Rio, Felipe Santa Cruz, diz que ainda não foi aberta a lista para a qual Marianna poderá ser indicada. "Não posso me manifestar sobre algo que não existe ainda", afirmou, sem negar a movimentação a favor da advogada.
Leticia Mello tem dois adversários mais experientes na lista submetida a Dilma: os advogados Luiz Henrique Alochio, 43, e Rosane Thomé, 52.
Eles preferem evitar a polêmica. "Espero que seja escolhido o melhor avaliado do ponto de vista da meritocracia", diz Alochio. "Não tenho grandes expectativas. A nomeação é tão sem critério, aleatória", afirma Rosane, que tem 30 anos de advocacia.
Procurada, Leticia disse que não se manifestaria sobre o assunto. Marianna e seu pai não responderam aos pedidos de entrevista da Folha.
Editoria de Arte/Folhapress

quarta-feira, 10 de julho de 2013

PREVI TEM PERDA COM EIKE BATISTA

10/07/2013 - 03h00

Fundo de pensão do Banco do Brasil tem perda com empresas de Eike

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DENISE LUNA
MARIANA SALLOWICZ
DO RIO
FolhainvestA Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, perdeu pelo menos R$ 13 milhões com ações das empresas do grupo EBX, de Eike Batista.
O cálculo considera o valor dos papéis ao final de 2011 e no término do ano passado, quando o fundo ainda possuía ações do grupo.
Em meio à forte desvalorização das ações, a Previ se desfez da maior parte dos papéis neste ano. Atualmente, ela diz possuir apenas R$ 300 mil em ações das empresas.
Segundo levantamento feito pela Folha, o fundo dos funcionários do BB tinham, no fim do ano passado, cerca de R$ 15 milhões em ações de companhias do grupo EBX, totalizando cerca de 2,8 milhões de papéis.
No final do ano anterior, o investimento da Previ equivalia a R$ 28 milhões, de um total de 2,4 milhões de ações de empresas de Eike.
A perda pode ser ainda maior dependendo da data em que vendeu as ações, o que não foi informado à Folha. No final de 2012, os papéis da petroleira OGX, valiam R$ 4,38 --no último pregão foram cotados a R$ 0,53.
Editoria de Arte/Folhapress
A maior parte do prejuízo veio de ações da petroleira. O plano Previ futuro --destinado a funcionários que ingressaram no banco após 24 de dezembro de 1997--possuía na sua carteira de investimentos 1,68 milhão papéis da OGX ao final de 2012, com valor total de R$ 7,4 milhão. Um ano antes, 1,60 milhão de ações valiam R$ 21,9 milhões.
A exposição não ocorreu no no plano dos funcionários que ingressaram no banco até 24 de dezembro de 1997.
O professor de finanças da FEA-USP, José Roberto Ferreira Savoia, diz que a maior parte dos grandes gestores tinham ações do grupo nos últimos anos. Para ele, os prejuízos não devem comprometer a Previ. "É um valor pequeno perto do portfólio que o fundo possui."
Segundo relatório da caixa de previdência, os recursos da entidade somavam R$ 165 bilhões ao final de 2012.
OUTROS FUNDOS
O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, também teve perdas por causa de aplicação em ações do grupo EBX. O valor, no entanto, não foi revelado.
Em gravação obtida pela Folha, Wanderley José de Freitas, presidente da Globalprev (consultoria contratada pelo Postalis), disse a um grupo de funcionários que o deficit do fundo de R$ 985 milhões nos últimos dois anos "decorre da significativa redução dos juros e da diversificação que ocorreu na Bolsa, concentrada especialmente em ações das empresas de Eike Batista".
Já os fundos de pensão da Petrobras (Petros) e da Caixa (Funcef) não possuem ações das empresas do grupo EBX, assim como não tinham ao final dos anos anteriores.

Eike Batista

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Karime Xavier/Folhapress
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Eike Batista em seu escritório no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro