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domingo, 10 de julho de 2011

CISÃO DO PARÁ

Defensor da cisão do Pará quer que filho se chame Tapajós


VERA MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A SANTARÉM (PA) 


Quando Reginaldo Campos descobriu que sua mulher, Rachel, estava grávida do terceiro filho, decidiu: o menino vai se chamar Tapajós. O bebê deve nascer dois meses depois do plebiscito que vai deliberar sobre a criação do Estado, causa à qual o pai dedica sua vida. 

Soldado da reserva da Polícia Militar e sociólogo, Campos começou a militar pela criação de Tapajós aos 17 anos. Graças a isso se tornou conhecido e, hoje, é vereador em Santarém pelo PSB --e dedica o mandato à causa.
Na terça-feira, ele saiu de sua cidade durante a madrugada, de lancha pelo Amazonas, para instalar um comitê a favor do "sim'' no município de Juriti, ao qual só se chega por rio. 

Nos últimos cinco anos, Campos esteve 30 vezes em Brasília, em peregrinação pelos gabinetes dos deputados tentando aprovar a realização do plebiscito. 

"Muitas vezes saí dessas audiências chorando, por achar que esse era um sonho impossível", afirmou à Folha.
Ele dá contornos épicos à consulta que ocorrerá em dezembro.
"Está em jogo um sonho de 150 anos. Se não passar agora, meus filhos vão crescer com a missão de fazer esse Estado nascer", diz.
Campos compara os defensores de Tapajós aos cabanos, que em 1935 tomaram o poder na então província do Grão-Pará. 

"Mais uma vez não resta aos filhos do interior outra saída a não ser se rebelar contra a opressão e o abandono", discursa. 

Quando confrontado com dados que mostram que o Estado precisará de grandes aportes de recursos da União, o vereador afirma que Tapajós será "autossustentável" em pouco tempo e também "um Estado verde, que vai manter a floresta de pé'' --diferentemente do Pará. 

E evoca até questões culturais para justificar a separação: "O Pará tem o carimbó, nós temos o sairé como música típica. Até a santa do nosso Círio é diferente: em Belém é Nazaré. Aqui, Conceição". 

Fonte: Folha de São Paulo

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