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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BANCO PANAMERICANO

ECONOMIA - Caso PanAmericano alerta para falta de foco

O escândalo do banco PanAmericano trouxe lições não apenas para os investidores de ações do banco. Ele mostrou para o mercado inteiro os riscos de se investir em companhias que crescem demais e passam a atuar em segmentos diferentes do seu de origem, ingressando especialmente no setor financeiro.

Esse é o caso do PanAmericano. O Grupo Silvio Santos cresceu tanto que acabou abrindo um banco. Para o gestor da RTI Gestão de Ativos, Fábio Anderaos, é comum a companhia perder o controle da situação quando expande demais os tentáculos dentro do mundo corporativo.

"As empresas abrem bancos achando que é fácil trabalhar com dinheiro como negócio principal", diz Anderaos. "O trabalho de um banco é super peculiar, sem contar que costuma ser bem mais fácil montar uma fraude no balanço de uma instituição financeira do que de uma empresa industrial, por exemplo", explica o gestor.

Na visão dele, antes de aplicar em ações de companhias que se aventuram por esses caminhos, os investidores precisam ter uma atenção redobrada para analisar os fundamentos. A não ser que seja uma holding, como a Itaúsa, por exemplo, essa diversificação pode ser complicada. Anderaos lembra alguns casos de companhias que ao longo da história abriram bancos e se deram mal.

Na década de 80, o Grupo Bonfiglioli, dono da marca de alimentos Cica, criou o banco Auxiliar, que teve problemas de liquidez e foi vendido uma parte para o Itaú e a outra para o Bradesco, relembra Anderaos. Já a Cica foi vendida para a multinacional Unilever.

Outro caso foi o do banco Mappin, cuja carta patente foi comprada pelo braço financeiro da General Electric (GE), que queria ter um banco no Brasil. Houve também o banco do grupo Moinho São Jorge, comprado pelo Banco do Brasil (BB). Além do caso da Lojas Arapuã, que tinha uma financeira e que teve problemas de liquidez, levando junto a empresa inteira.

Mais recentemente, Sadia e Aracruz tiveram perdas significativas no mercado financeiro, com derivativos cambiais, assim como o grupo Votorantim, culminando na venda de 50% do Banco Votorantim para o BB.

Existem, no entanto, casos de sucesso, pelo menos até agora. Os bancos de montadoras, por exemplo, e as financeiras de empresas de varejo como Riachuelo, Pão de Açúcar e Magazine Luiza. O que eles têm em comum? São braços financeiros criados para estimular as vendas do próprio negócio e não bancos criados para atender o grande público. "Essa diferença é que garante o sucesso desses casos", completa o gestor.

Daniele Camba é repórter de Investimentos - E-mail daniele.camba@valor.com.br

Fonte: Valor Econômico

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